quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

o Copom, o trânsito, o atraso, o gol


Consegui chegar meia hora atrasado no trabalho hoje. Odeio chegar atrasado no trabalho, a não ser que seja por uma boa causa. Mas hoje cheguei atrasado porque, soube pelo rádio e pela balbúrdia logo à frente, que trabalhadores e banqueiros faziam protesto contra a decisão do Banco Central antes mesmo de o Banco Central tomar a sua decisão. Tripudiavam no meio da rua, no meio da minha rua, sobre uma eventual manutenção da taxa Selic, a malfadada taxa de juros que, dizem, pauta todos os juros de todos os bancos de nossa jurisdição. Atrasado, por meia hora, resolvi tomar o metrô e me atrasar ainda mais; pela manhã, trafegar pela avenida Paulista era quase missão impossível. Horas depois, soube que os camaradas do Copom resolveram enfim cortar 1 ponto, 1 ponto e nada mais da taxa de juros. Respirei aliviado, quando soube, e logo fui comemorar, do meu jeito, com mais vibração até que o gol do amigo Claiton Xavier, feito no mesmo dia, o tão esperado dia da estréia no Paulistão. E, como não tinha dinheiro investido em títulos da dívida pública, poderia comemorar sem culpa: os homens do Copom, o comitê de política monetária do Banco Central, não salvaram o dia, é fato, mas salvaram o futuro próximo, quiçá prospero. Numa canetada, resolveram desafogar o gargalo do setor produtivo e, de quebra, o trânsito da avenida Paulista.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dizem que, antes de dar o parecer pessoal sobre a taxa de juros, o Meirelles leu um relatório enviado pela CET de São Paulo. "A avenida Paulista parada não dá, é inadmissível", teria dito ele, em alto e bom som, segundo uma excelente fonte anônima.