terça-feira, 2 de dezembro de 2008

agora o novo


Meu primeiro blog, também chamado Margem de Erro, entrou em coma no final de 2006, quando um ritmo incessante de trabalho me levou a visitar o espaço virtual só de quando em quando e ainda só para publicar raspas de tacho sobre política mal compreendida. O blog ficou chato, se já não o era, e não demorou para começar a respirar por aparelhos. Morreu, oficialmente, em janeiro de 2007, mas seu corpo passou a ser vilipendiado por mim vez ou outra, quando me arrependia de algo que havia escrito, acessava-o e guilhotinava a gordura que não me agradava mais.
O blog foi ficando mais magro, até que deixou de me incomodar. O corpo está lá, estendido na web, pra quem quiser ver e conferir, no jazigo da quadra margem.zip.net. Só que a vontade de escrever e ter um espaço pra cuidar não se mata tão facilmente; era afogada, vez ou outra, por um golpe de vinho e uma sentença: “quando estiver sóbrio, amanhã, escrevo”.
Era, no fundo, insegurança por não saber mais por que escrever nem o que esperar de qualquer escrito. Mas a idéia de uns amigos, cujos blogs, reeditados ou não, seguem vivos e sadios, de juntar tudo num só condomínio me deu a segurança e companhia que precisava pra topar de novo com essas perversões cibernéticas.
Juntou a fome com a vontade de ser lido – gostava, é verdade, de receber mensagens, visitar outros blogs e ouvir o que tinham achado das idéias; isso quando a moda estourou, lá no distante (quem diria?) 2004.
Gostava até de alguns escritos que ficaram pendurados por ali, como estes que compilei aqui embaixo, pra me provar que não eram assim tão ruins. E pra lembrar velhos e não menos amargos tempos (agora adocicados pela distância), pra forrar este novo e dar o pontapé que precisava pra fazê-lo (re) nascer. Nasceu. Espero que não chegue com o velho ranço, nem com a sobriedade que fazia os mais sisudos enrugarem a testa diante da pretensão.
Taí. Escrever também é ser lido, e é botar no papel (ou na tela) idéias que me acendem como pisca-pisca e desapareceram em meio a cansaço, compromissos e a preguiça nos últimos quase dois anos. Mas é também rever, reler, relembrar, rir de novo, e saber como o erro – exatamente igual – seria contado agora, com menos temperos, mais vivência e menos inspiração.
Bato um rolo que não dura três semanas.

Nenhum comentário: