terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ainda Rosa


Tomei em mãos umas latas de tintas e alguns restos de papéis. Com os dedos, lancei-me ao teor da conversa. Rabisquei em módulos vastos a exigência que me ditavam. Conferi, a sério, as últimas gotas de orvalho. Lancei, mais tarde, a roda do mundo. Converti-a em deusa dançante, vistosa e danificada. Fragilizada em cortornos de amplitude e solidão. Essa rosa não presta, contou-me o ocaso. Mesmo assim, insisti na ilusão. Pincelei as bordas de dobras branquelas, as cores de mares e escuridão. Conferi em seus olhos os toques famintos. Eram graves seus dias de samba e sertão. Dos lábios, desceram agrestes. Cientes de mortes, invadiram a terra. Cortaram sinais. Desviados, caçoaram de mim; disseram serem dignas as diginidades somente reinantes. Erraram os errantes? Pois que assim seja. Antes do esquecimento, a voz se ampliara, confusa, irrequieta. Que fazes enquanto medes o pulso do que não resta? Meu Deus, eu que mal pude ouvir. Novamente tilintando. E, surdo, não conferir o discursos silencioso da veia aberta e varada.
-Quieto, João. Essa rosa não presta.

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